5 de fevereiro de 2016

Contrata-se: trabaiadô honesto dispensável



Olha o homi, é patrão conhecido
Na cidade, sempre diga sim senhô
Ele ignora, eô


E a banda toca
Com um superior se choca
Se tem que derrubá, aponta pa nóis
De lá, somos só e sóis


Prevendo o rebento damos um aceno
O moço, sem entender o gesto obsceno,
Continua vendo negócio em maus lençóis


Então um dia patrão responde o oê
É tudo irmão, ele diz
Mas no sigilo feliz
É gente estranha, eô


Sonho corre e na hora do adeus
Foges pra longe, por trás das terras
Já no garimpo tuas pedras, que perdas e feras
Que joia bela se concedeu - E te lembra que ainda há Deus!


Começou como ouro-ágata
Sem nada, presa em lata
Fundiu-se à grinalda
Formou-se esmeralda


Até que num dia a cobiça e o fogo
Graúdo de dinheiro e coronel aspirante
Entra no jogo pra fazer diamante


Mas entra sem convite
Não mais rubi, nem jeremejevite
Leva às cinzas sala-cozinha-casarão
Pra destronas de nós o barão


Fica então pedra bruta
Que alega fartura, mas tosa a labuta
Transforma lama e cais em jamais

Mesmo assim, toda gente que lá está diz: vás

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