29 de julho de 2014

Nas Asas da Coruja #1 Itu: a cidade das coisas grandes e No Bico da Coruja #9 A Melhor Parmegiana em Itu

Nota: para visualizar as imagens em um tamanho maior, basta clicar nelas. 

Nas Asas da Coruja

A Coruja decidiu estender as asas e voar para longe da capital paulista, até a cidadezinha de Itu, situada a 101 km de São Paulo e conhecida por seus exageros. E, claro, que não pudemos deixar de retratar algumas experiências. Mas dessa vez, decidimos fazer um Mini Guia turístico da cidade, já que foi uma enorme dificuldade entender o que existe e achar as coisas boas nela, apesar de existirem várias. O guia, porém, se restringe a alguns locais que visitei e achei que valem a pena. Vou citar os outros, mas é bem capaz que tenha esquecido algum. 

O mais conhecido restaurante de Itu

- No Bico da Coruja 
de hoje vou falar mais especificamente do Bar que tem a maior e melhor Parmegiana que já comi na vida. O Bar do Alemão existe desde 1902 e, acredite, a Parmegiana foi o primeiro prato oferecido na casa.



Aliás, talvez seja a fama da cidade que tenha influenciado no seu tamanho. O fato é que ir até Itu e não comer a Parmegiana do Bar do Alemão é como ir até a Paulista e não ver o MASP. Sem exageros.
O Filé à Parmegiana é acompanhado com fritas e arroz, e custa R$49,00. E lembrando que existem outras opções no cardápio.

                           
Além do mais, o ambiente é super agradável, bonito e no estilo alemão. Os garçons usam vestimentas típicas e o lugar é todo decorado por dentro e por fora (os vitrais dele são realmente encantadores). Ou seja, vale a pena conhecer esse lugar.

Bar do Alemão

Endereço: Rua Paula Souza, 575 – Itu, Estado de São Paulo
Preço: por volta de R$ 50,00 a R$ 100,00 
Tel. Para contato: (11) 4022-4284
Horário de funcionamento: Segunda a sábado: Das 11h30 às 23h30 /Domingo: Das 11h30 às 22h
Selo Coruja de melhor Parmegiana!


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Patrimônio histórico de Itu

Quando você for até Itu talvez uma coisa improvável pode chamar a sua atenção: a quantidade de museus e de histórias que existem por lá. Se você é do tipo que se encanta por construções antigas, azulejos, móveis, fotos, etc, certamente vai gostar dessa parte da cidade. Então, vamos citar alguns dos museus e casas dessa cidade com nome pequeno e coisas grandes. 

Casa Imperial:
- Não está aberta para visitas
- Construção residencial da elite cafeeira
- Hospedou a princesa Isabel em 1884
- Fica na Praça D. Pedro I
Centro de Estudos do Museu Republicano
 


- Aberta para exposições culturais. Fique de olho quando for!
- Construção da década de 50
- Não pode tirar foto
- Não paga para entrar
- Tem vários dados históricos sobre a cidade de Itu e o convênio de Taubaté
- Tem um jardinzinho (que é o único lugar em que pode tirar foto). Muito feio, aliás.
- Fica na Rua Barão do Itaim, 140


Espaço Cultural Almeida Junior 
- Antiga residência do Barão de Itu (séc XIX)
- Hoje é centro cultural e biblioteca pública
- Fica na Rua Paula Souza, 664, Centro

Espaço Fábrica São Luiz
- Construída entre 1869 e 1888, abrigou a primeira tecelagem a vapor do Estado de São Paulo.
- Hoje é o Centro Cultural e espaço de eventos.
- Fica na Rua Paula Souza, 492, Centro

Museu da Energia de Itu

- Construção do ano de 1847






















- O museu viaja entre eletrodomésticos, luminárias e utensílios usados no passado- Tem uma arquitetura e aspectos bem antigos, tornando a experiência diferenciada. 
- Ele tem um museu do futebol na parte de baixo. Porém, é bem simples.
 - A parte de cima é a que vale a pena. -  Paga para subir, mas é bem barato
- Tem umas cadeiras e flores no fundo da casa. Lindo!
- Fica na Rua Paula Souza, 669, Centro

Patrimônio religioso de Itu

Ok, pode ser que você não fique apenas surpreso com a quantidade de museus e casarões. É possível (digo, extremamente possível) que você se choque com a quantidade de igrejas que existem nessa pequena cidade. Tem muita igreja, mas a maioria delas são conventos, na verdade. E a maioria também fica de portas fechadas pelo mesmo motivo, mas, se você olhar com cuidado, verá que as irmãs estão sempre prontas para mostrar esses santuários. Confira abaixo a lista de igrejas.

Igreja Matriz de Nossa Senhora Candelária



















- Construída em 1780

- Exemplar do barroco paulista
- Abriga obras do Padre Jesuíno do Monte Carmelo, Almeida Júnior e Lavínia Cereda.
- Tem uma capela dentro da igreja que é muito bonita, com desenhos no teto e vitrais.
- Fica na Praça Padre Miguel. 

Igreja Nossa Senhora do Carmo
- Inaugurada em 1777
- Obras do Padre Jesuíno de Monte Carmelo
- Fica na Praça da Independência (Largo do Carmo)

Igreja do Bom Jesus e Santuário
- Construída em 1765
- Antigo local da Capela Primitiva da fundação de Itu (1610)
- Fica na Praça Padre Anchieta

Igreja e Colégio Nossa Senhora do Patrocínio



















- Inaugurada em 1820
- Importante Centro Educacional Feminino nos séculos XIX e XX.
- A igreja também é um convento e fica fechada

- Para entrar você deve aparecer na porta e esperar alguém abrir
- O lugar tem um aspecto um pouco sombrio por causa da pouca claridade
- Nos fundos existe um pátio onde fica uma Figueira, plantada em 1860
- A igreja fica na Praça Regente Feijó

Igreja de Santa Rita
- Do ano de 1728
- Foi tradicional ponto de concentração dos tropeiros de Santa Rita de Cássia
- A construção original era de pau a pique, mas foi reformada no séc. XIX
- Fica na Rua Santa Rita

Igreja de São Benedito
- Sua construção foi concluída em 1910
- Possui importante acervo de imagens sacras do século XVIII, provenientes do antigo Convento Franciscano de Itu
- Fica na Rua Santa Cruz

Praças e Parques de Itu:

Itu também tem as suas áreas verdes, praças e parques. Nessas praças é possível ver alguns dos objetos grande, pelos quais Itu é conhecido. Já nos parques, é possível conhecer um pouco mais das características ambientais do local. 

Praça da Independência




















- A famosa praça guarda o também famoso orelhão e semáforo gigante. 
- Ela tem várias lojinhas onde você pode comprar "lembrançonas" de Itu. Ou seja, vários artigos para lembrar desse local
- Ela tem uma fonte e é super agradável para andar, e passar o tempo em um dia bonito.- Fica no Centro de Itu. 

Estrada Parque
- Esta estrada está inserida na APA- Rio-Tietê criada pela lei em 1991
- Eu não fui, mas os comentários de quem foi é que o local era muito bonito, porém, fedia. Isso porque o Rio Tietê fica ao lado.
- Há mirantes, bancos, etc, em locais estratégicos pela estrada.
- T
ambém conhecida como a antiga Estrada dos Romeiros, ainda mantém a tradição das Romarias. 
- As procissões de cavaleiros, que também é feita a pé, bicicleta, carro ou charrete, acontece nos dias próximos a Semana Santa e Páscoa.
- Fica na Estrada Parque, liga Cabreúva a Itu

Parque do Varvito


- Foi inaugurado em 1995

- A atração principal é o Varvito: uma rocha com várias camadas formadas há aproximadamente 280 milhões de anos, provavelmente durante a era glacial
- O parque é patrimônio tombado
- Antigamente, o Varvito era usado como laje ou ardósia de Itu, utilizado no calçamento, pavimentação de ruas e detalhes de casas
- O lugar tem vários ambientes legais e diversificados. Vale ficar lá por um tempo, curtindo o espaço
- O parque estava com suas quedas d'água secas, pelo simples motivo de que não está chovendo em SP
- Funciona de terça a domingo, das 8h às 17h 
-  Fica na Rua do Varvito, próximo à Rodovia Santos Dumont

Praça dos Exageros



- Basicamente é uma luta para chegar, porque ninguém quase sabe te informar direito onde fica



















- Não vá com expectativas, o que a praça oferece é uma coca gigante, um cara gigante vestido com a camisa do Itu, formigas gigantes e um tabuleiro (adivinhem só!) gigante.
- Funciona de terça a domingo, das 8h às 17h
- Fica no Bairro Padre Bento, Rua Maestro José Maria Passos, 200 

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27 de julho de 2014

A besta do -2

Não estranhe se eu começar esse texto absolutamente do nada. Mas... O quão besta você é para ler até o final? Escritor é mesmo um bicho estranho e besta, assim como todos os outros seres humanos de todas as áreas. Mas o que é um escritor?

Não dá em árvore, que nem tia que pergunta mais da sua vida amorosa do que do tempo, mas também não é raridade, como encontrar um trevo de quatro folhas (apesar de ele ser encontrado em diversos pingentes, amuletos e... Enfim, acredito não estar mais convencendo ninguém da raridade). Mas ser escritor é isso.

É quando dá uma coceira e a gente precisa começar de qualquer jeito, nem que seja só para começar desse jeito. Ser escritor é escrever sobre aquilo que ninguém imaginava que renderia um parágrafo que pudesse despistar tanto a atenção ou não ter problema em indagar o quão besta o leitor seria se continuasse.

É declarar, do nada, que ser escritor é encontrar várias bestas por aí e descrevê-las. Inclusive você mesmo. Uma viva a todas as bestas do universo e à besta do escritor.

Mas vamos exemplificar, pois tudo fica mais fácil com exemplo. Porém, se permitem uma reflexão antes, queria dizer que deve ser por isso, aliás, que sempre que você fala sobre como sua vida é ruim ou como errou em algo, alguém consegue dar um exemplo de como a vida do outro é muito pior ou como o outro conseguiu sentar mais ainda na merda.

Na verdade, são dessas bestas que eu quero falar, não mais especificamente do escritor. O escritor é apenas uma delas. Assim, para esclarecer, eu preciso contar algumas coisas. Preciso dizer que fui ver a peça “A Besta”, no Teatro Gazeta.

E a este momento você deve estar pensando que finalmente ficou possível esclarecer a relação disso com tudo que eu tenho dito aqui. Não é. Algumas vezes, uma coisa só vem à tona porque é puxada por outra. Então, vamos supor duas situações diferentes.

Em uma delas, você é a própria besta que foi assistir à peça. Na outra, você encontra uma besta nos bastidores. Na primeira situação, é fácil entender o que a peça quer dizer. Existem muitas bestas por aí, ou o que as pessoas classificam como bestas. O que não quer dizer que elas não deixam de ser necessárias e felizes.

E existe outro tipo de besta, que é a besta que também não se reconhece como besta, mas que, nem por isso, deve se submeter às bestialidades da primeira, desistir de suas besteiras ou achar que não é necessária.

Quem assistir à peça verá. E verá também muitas bestas nos bastidores e uma em você. Uma besta que não leva muita coisa a sério, que é feliz independente de qualquer coisa e ainda assim consegue resultados.

E também verá a outra besta, a besta sisuda, que é pragmática, que acredita realmente em suas besteiras e também consegue chegar lá, sem precisar se redimir ao que ela pensa que é besta no mundo.

Qual das duas está correta? Sinceramente, penso que as duas. Mas qual das duas você tem acentuado mais dentro de você? Vamos para a segunda situação, a situação em que você encontra a besta nos bastidores.

Às vezes não podemos evitar nos sentirmos inegavelmente bestas. Mas lembre-se daquela história velha de que sempre tem alguém que conseguiu ser mais besta que você. E isso não é nenhum tipo de afirmação para se sentir superior. Isso é um fato.

Então, lá estava eu no elevador pensando o quão besta era por acentuar pequenos problemas, quando vejo um besta ao meu lado. Nosso papo poderia ter começado com algo do tipo: “Olá, quão besta você acordou hoje?”. Mas não havia diálogo com aquele homem, porque no exato minuto ele era uma besta alarmada.

- Chegou no -2??? - Ele perguntava enquanto a porta do elevador se abria e a mulher dele falava com a cabeça girando em negativa.

Nesse momento, eu entrei no elevador.

- Eu não aguento mais! Ninguém aqui sabe me informar, eu já subi e desci umas 10 vezes com esse elevador e não chego no -2.

E, sim, ele era uma besta puta. Puta da vida, para esclarecer.



Meu pai começou a explicar que o elevador finalmente estava descendo para o -2, porque estava marcado na porta. Confesso que era um elevador diferente e não muito fácil de entender. Mas, enquanto a porta estava quase fechando, lá estava ele do lado de fora do elevador apertando o -2 novamente.

- Entre! O elevador vai fechar! - A mulher berrou. E ainda bem que berrou, se ele já estava daquele jeito por não conseguir chegar ao -2, imagina o que faria se a porta do elevador fechasse e demorasse para chegar o outro. E imagina se ele ficasse sozinho e jamais chegasse ao -2, ou chegasse e sua mulher não estivesse lá e ele não a encontrasse nunca mais.

Mas, por sorte, ele conseguiu entrar porque meu pai segurou a porta. E entrou furioso, berrando aos quatro ventos que não conseguia chegar ao -2, embora já estivesse descendo até o -2.  Quando o elevador parou no -1, que era onde eu desceria, ele desceu também.

Repetindo, era o -1. Aquela situação já estava me incomodando e eu queria pedir que a besta dele parasse de dar coices e ouvisse um pouco.

Portanto, mesmo comigo, meu pai, minha mãe e sua mulher falando que aquele era o -1 desde que o elevador parou, ele desceu furioso. Sua mulher desceu também para puxá-lo para dentro enquanto tentava manter a porta aberta.

Meu pai colocou a mão na porta novamente para que não fechasse, enquanto tentava explicar ao cara que era só esperar a porta fechar e o elevador desceria até o sagrado -2. Ele chegaria ao seu destino e poderia contar a todos como tinha enfrentado o perverso elevador para que pudesse alcançar a glória do -2.

Não sei se um dia ele irá rir disso, espero que sim. Enquanto a porta fechava atrás de mim, pensei que ele podia muito bem ter utilizado a escada, que se encontrava ao lado. Veja bem, se você não sabe lidar com algo complexo e rápido, tente algo fácil e lerdo. Você vai chegar lá.

E então, eu pensei em todo o caos, no qual faço o meu cérebro quase se matar por ter que descer ao -2 e não conseguir chegar lá com facilidade (por mais que seja a coisa mais simples do mundo). Respirei aliviada de certo modo - tenho que admitir, mesmo que isso acarrete em julgamentos -, porque a minha besta interior tem uma forte tendência de causar com coisas simples, mas não chega ao nível daquele cara.

Quando encontrei essa besta, nem que tenha sido besta por alguns segundos, pensei que nem sempre a gente é tão besta quanto parece. O importante, na verdade, é saber que a besta está lá. É tentar dominar a besta que não quer nada com a vida ou a besta que leva a vida a sério demais.

E eu pensava “graças a deus que não alcancei ainda esse nível de bestialidade”. Foi quando meu pai disse:
- Vocês reclamam que eu sou estressado, agora acho que sou até bem calmo.

 E eu percebi que a besta dele também estava se olhando no espelho e dizendo algo como: “Não comece a me deixar guardada no estábulo”.

Que a besta então, reine com sabedoria e que tenhamos conhecimento de que ela está lá. Não adianta se iludir e dizer que ela não está. Ser besta é bom às vezes. O importante é saber lidar com ela.

O importante é não nos crucificar só porque carregamos a besta às vezes e continuar, mesmo que ela até tenha apelidos ruins como “estresse”, “raiva”, “preguiça”, “ciúme”, “descompromisso”, “maldade”, etc.


Pois é, cada um sabe da besta que cuida e até que nível ela é necessária. O que é um escritor? Alguém capaz de falar dessas bestas.


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15 de julho de 2014

Um novo mundo

Um bipe foi emitido em algum lugar da assustadora imensidão do Universo. Não soava como nada que pudesse ser provocado por um fenômeno natural, e nada daquele tipo fora escutado nos últimos milhares de anos. O bipe voltou a estalar. Por mais modesto que fosse, era como um rugido em meio ao desconcertante vazio em que se encontrava. Foram necessários mais quatro desses para que a nave sofresse um solavanco e reproduzisse mais uma série de barulhos variados. Apesar da eternidade que decorreu desde seu lançamento, seus circuitos internos mantiveram-se em perfeito estado e, finalmente, foram reativados.

A proximidade com o destino permitia a reanimação dos tripulantes, que passaram alguns milênios imersos em nitrogênio líquido. O astronauta mal podia recordar seu nome, mas estava contente em sentir algo novamente. Era estranho ter de volta as funções vitais, porém extremamente reconfortante. Ele foi voluntário para aquela missão experimental que muitos consideravam loucura: explorar a superfície de um planeta habitável muito distante de seu sistema solar. O resultado de sua análise poderia salvar a espécie, pois os recursos naturais de que dispunham já haviam chegado a níveis insustentáveis de escassez.

Assim como ele, outras cem pessoas passaram uma quantidade absurda de tempo inconscientes e também estavam confusas com o retorno à realidade. No entanto, todos tinham a certeza de que representavam a última esperança de prosperidade. Enfim estavam próximos da salvação de sua raça. Um novo planeta, na faixa habitável da órbita de um estrela, onde teriam recursos em abundância. Não sabiam se havia vida naquele lugar, mas quando iniciaram a viagem, alguns milhares de anos antes, puderam notar que nenhuma modificação havia sido feita na natureza, então esperavam por um paraíso intocado.

Subitamente, a nave chacoalhou, atingida por alguma coisa. O comandante tentou recuperar-se de seu transe milenar e dirigiu-se o mais rápido que pôde para a cabine de controle. Desativou o modo automático, assumiu o manche e guiou a gigante massa de metal por entre destroços de satélites desativados e sucata espacial. Evitou novas colisões e, por fim, adentrou a atmosfera do planeta.

A forte guinada assustou a tripulação, que logo percebeu que as chamas tomavam conta da carcaça exterior da nave. Apesar do susto, aquilo era um bom sinal. Indicava que havia oxigênio ali, e que eles poderiam respirar sem a ajuda de aparelhos. Enquanto mergulhavam naquela atmosfera, tudo o que viam era uma nuvem espessa logo abaixo, que impossibilitava vislumbrar a superfície. Enquanto não atravessassem essa camada, não havia como se preparar para o pouso. Não sabiam nem se pousariam em um oceano ou em terreno sólido. Não poderia ser um planeta gasoso devido à sua densidade, mas nenhuma outra alternativa poderia ser descartada naquela situação. Deveriam estar preparados para qualquer coisa.

A nave penetrou a fumaça e não era possível avistar nada além através dos vidros. A apreensão estava vívida durante aqueles instantes, até que um forte impacto sacudiu todos os tripulantes e causou uma pane geral. Após momentos de pânico, a energia voltou a estabelecer-se. Ainda balançavam, mas agora levemente. O comandante percebeu que havia apenas um líquido escuro e denso à sua volta. Haviam caído num grande pântano? Ou seria um mar? Era impossível precisar até mesmo se era dia ou noite, tamanho o breu gerado pela névoa.

O comandante decidiu que o grupo se dividiria em quatro e seguiriam em direções diferentes até encontrar solo firme. Checou os comunicadores e entregou-os a seus subordinados. Um outro aparelho analisava os gases da atmosfera. Apesar da presença de oxigênio, não era seguro respirar fora da nave, então foram distribuídas as máscaras. Em alguns minutos, os botes de exploração já estavam a postos e todos embarcaram. Retornariam à nave apenas em caso de emergência ou para renovar os tanques de gás.

A neblina parecia não se dissipar mesmo após várias horas navegando rumo ao desconhecido. O líder sabia que todos depositavam as confianças nele, e sentia todo o peso da responsabilidade enquanto tentava avistar algo por entre a fumaça. Aquele não se parecia em nada com o planeta azulado para o qual seguiram viagem, mas os cálculos não estavam errados.

Quando o cansaço já dominava completamente sua equipe, ponderou que haviam se passado três dias e talvez devesse voltar à nave para reabastecer os tanques. Porém um de seus homens conseguiu visualizar uma sombra enorme à frente. Irromperam pela névoa até uma grande construção sobre a água. Passaram por baixo daquilo que parecia uma ponte destruída, e seguiram até encontrar um grande monumento azul claro submerso até a metade. Aproximaram-se e concluíram que se tratava de uma estátua. Um dos braços estava erguido e segurava uma tocha enquanto o outro, abaixado, tinha uma tábua.

O líder observava atento, com as antenas levantadas, as ruínas de uma antiga civilização. Uma pequena placa de ferro flutuava naquele líquido. Nela estava escrita uma mensagem, provavelmente num idioma alienígena daquele planeta devastado, com sinais completamente incompreensíveis para ele: “WELCOME TO NEW YORK”.

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9 de julho de 2014

No Bico da Coruja #8 - Um bar nerd na Vila Mariana

Nas férias de julho, a coruja alçou vôos para longe da região da Paulista. Descobrimos um barzinho simpático, aconchegante e agradável com temática nerd!


Como o bem humorado cardápio informa, o bar Gibi está "em versão beta", referência ao termo usado para jogos e softwares em desenvolvimento que são liberados ao público para teste. O Gibi foi inaugurado recentemente e ainda está aceitando sugestões de clientes para melhorar os serviços oferecidos.

A decoração é extremamente divertida, contando com luminárias em formato de blocos do Mario, bonecos de LEGO, consoles de videogame, pôsteres e muitos outros detalhes que valem a pena serem observados cautelosamente. As referências ao universo nerd estão em todos os lugares dentro do bar e é necessário ter um certo conhecimento sobre a cultura geek para compreender todas elas.


O Gibi é um estabelecimento pequeno, então talvez não seja uma boa ideia levar uma caravana de amigos para lá, mas é confortável sem dúvidas, além de ter dois andares repletos de decoração nerd. O menu não tem uma variedade muito grande de comidas, mas há muita coisa gostosa para se comer. O cardápio oferece diversos tipos de hot dogs bem elaborados, algumas porções muito generosas como a de nachos, e muitos drinks saborosos.

Os nerds de plantão não podem deixar de conferir esse oásis de nerdice próximo à estação Vila Mariana do Metrô e animar as noites com um lugar voltado para o público geek com action figures para comprar, HQs para ler, filmes e séries para assistir, entre muitas outras atividades. Dá até para escolher a música que toca no bar!


Bar Gibi
Endereço: Rua Major Maragliano, 364 – Vila Mariana
Preço: é bom separar pelo menos uns R$70,00 para não passar vontade.
Horário de funcionamento: Quarta a sábado: Das 17h às 23h30/Domingo: Das 15h às 21h
Selo Coruja de nerdice!

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